segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

360º Graus América do Sul - Argentina/Uruguai/Brasil

Acordamos cedo, debaixo de muita chuva, rumamos via Cochrane e Vila Chacabuco para passar pelo Passo Roballos até a Ruta 40 na Argentina. Depois de 13 km pegamos uma entrada de 47 km até a Cueva de Las Manos (Monumento Histórico Nacional). Lugares este, estão manifestadas através de pinturas rupestres a história de civilizações de quase 10 mil anos atrás.  Neste dia percorremos 352 km de puro rípio. Resolvemos acampar neste lugar e a noite o vento foi muito intenso, balançando muito a barraca e o carro, quase não deixou nós dormimos. A visita é muito interessante, vale a pena desviar do caminho e entrar para visitar.
Continuando na Ruta 40 passando por lugares desérticos e sem vestígios de civilizações. De vez em quando se vê algumas estâncias de criações de ovelhas. Chegamos à noite em El Calafate depois de termos percorridos 545 km. Aqui alugamos uma cabana para passar uns dias e por as coisas em ordem. Daqui fomos visitar o Glacial Perito Moreno e fomos abençoados por um belo dia de sol. Passamos o dia apreciando esta beleza da natureza, escutando de vez em quando o barulho do desprender e queda do gelo na água. O barulho é único e emocionante. A natureza é fantástica. Fizemos um belo pic-nic. Retornamos a noite para El Calafate.
Em El Calafate aproveitamos para fazer as manutenções do carro, troca de óleo, filtros, etc e também para comprarmos alguns alimentos. Estávamos com muita saudade para comer feijão, compramos todos os ingredientes e fizemos uma feijoada. Matamos a vontade. Impressionante como sentimos a falta de coisas da nossa cultura.
Saímos de El Calafate pela Ruta 40 até o povoado de El Cerrito. Dali pegamos uma estrada de rípio até o entroncamento da rodovia vinda de Rio Gallego, onde tem um posto de combustível na Estância Tapi Aike. Desse trecho até a fronteira do Chile está tudo asfaltado. Há outro caminho também indo até o povoado Esperanza e seguir para fronteira do Chile também.
Ao terminar o asfalto perto da fronteira, temos que ter a atenção devido à má sinalização para quem quiser entrar pelo norte no Parque Torre Del Paine. Ali tem uma placa indicando Cancha Carrera, não informa sobre o Passo que hoje leva o nome de Passo Rio Don Guillermo. No verão te outro Passo para quem quiser vir de El Calafate entrando direto no Parque Torre Del Paine de nome Passo Zamora o La Rosada. Com isso economiza muitos quilômetros. Visitamos o Parque abaixo de chuva não nos deixando ver um belo visual, pois no ano de 2000 o visitamos num belo dia de sol. Dali, depois de percorrer o parque, seguimos para Puerto Natales e Punta Arenas, cidade esta muito charmosa em virtude da praça central. Percorremos 649 km e passamos a noite.
Pensamos em pegar o ferry de Punta Arenas até Porvenir, mais sairia só depois das 03h00min horas da tarde, e neste lado é muito demorada. Resolvemos seguir pela Rod.09, depois pela Rod.255, logo há um entroncamento com a Rod.257, levando até a Punta Delgada, onde tem um ferry que faz a travessia até o Puerto Espora.
Depois que atravessamos o Estreito de Magalhães, seguimos novamente para a fronteira com a Argentina na cidade de San Sebastian. Ali tem um hotel e um posto de combustível da ACA – Automóvel Clube da Argentina. Chegamos à noite com muita Chuva. Na Aduana foi tudo muito rápido e organizado e nos informaram que estava nevando muito forte no Passo Garibaldi que dá acesso a Ushuaia. Eles nos recomendaram passar a noite na cidade de Rio Grande, uma vez que o hotel da fronteira já estava cheio.
O frio da noite nos fez acordar um pouco mais tarde. Tomamos o nosso café da manhã e rumamos com destino a Ushuaia. O caminho estava fantástico, muito gelo e sol, dando um brilho muito especial, vislumbramos os efeitos da grande nevasca da noite anterior e conferir sem exageros a maravilha da neve. Para o turismo a neve é fantástica, todos param, admiram e começam a jogar bola entre si. Viramos crianças novamente.
Chegamos a Ushuaia, depois de percorremos 245 km de Rio Grande, e fomos alugar um pequeno apartamento para passar uns dias e nos prepararmos para o retorno ao Brasil. É claro, sem muita pressa, sem stress, admirando e conhecendo os lugares da costa da Argentina e Uruguai.
Outra grande emoção foi rever o Oceano Atlântico depois de sete meses, tendo em vista, que até a Venezuela nos banhamos em suas águas límpidas e quentes. Com esta proximidade nos sentimos muito perto de casa. Não precisa nem falar do tamanho da saudade, mas ainda estamos firmes para concluir o nosso propósito em dar a volta completa, em todos os extremos, na América do Sul, circulando o Oceano Atlântico e Pacífico, realmente 360º graus...
Ushuaia, as margens do Canal de Beagle, é uma cidade pequena e muito interessante. Aqui tem cheiro de história. Muitos aventureiros e exploradores dos sete mares sucumbiram diante da fúria do mar. Como todo início de civilização, o desenvolvimento começou com a vinda de prisioneiros para fazerem os trabalhos de infraestrutura e com eles vieram seus familiares. Visitamos o museu da marinha onde abrigava a antiga penitenciária, contando como foi constituído o primeiro jornal, ferraria, sapataria, farmácia, padaria, serviço médico, entre outros... Sem falar nas estradas, ferrovias, energia elétrica, entre outras tantas que foram construídas por estes detentos.
Circulamos muito, visitamos a Baía de Lapataia, vários lagos e subimos o Cerro Martial. O dia estava lindo, sendo que o tempo muda muito rápido aqui em Ushuaia. Tivemos chuvas à noite e até o meio dia, ventou, veio o sol, nevou na montanha, voltando o sol novamente. Então, as mudanças são rápidas e não podemos demorar em aproveitar o tempo quando ele está bom.
Ali no Cerro Martial, tem uma pista de esqui que subimos através do teleférico, mostrando um belo visual de suas árvores e riachos, ainda por cima muita neve, chegando a alguns lugares até a altura dos joelhos. Tínhamos muito cuidado ao atravessar as pequenas pontes, devido estar completamente cobertas de gelo, e no gelo, o perigo é escorregar e cair. Quando não há consequências sérias, torna-se muito divertido, principalmente vendo o próximo cair...
 Domingo, fomos conhecer o início do Canal de Beagle, ponta extrema até a Estância Moat, fundada no ano de 1898, percorremos 260 km, ida e volta de rípio, mas com vista imperdível, ainda mais num belo dia de sol. No início pegamos alguns pedaços com gelo no caminho, e ai tem que ter muito cuidado para não ter acidente. Depois de passar este trecho, foi só apreciar a natureza. No trajeto, podemos olhar a cidade de Puerto Willians do outro lado do canal, competindo com Ushuaia em ser a cidade mais austral, ou melhor, a cidade do fim do mundo. Segundo os chilenos é Puerto Willians e os argentinos dizem que é Ushuaia. Uma briga muito interessante pelo turismo. De volta a Ushuaia, no alto do Apart Hotel Além, que fica no alto da montanha, pudemos admirar toda a cidade, as montanhas e o porto, pois começou a nevar novamente.
A neve terminou de cair à noite e de manhã já aliviado por isso, passamos a arrumar o carro e dar sequencia ao nosso roteiro. Antes de chegar ao Passo Garibaldi, começamos a ver muito gelo e neve na pista. Redobramos a atenção, pois a pista estava escorregadia e aí tivemos que tracionar o carro e dirigir na ponta dos dedos. O visual do Passo Garibaldi é incrível, todo coberto de neve, tem um mirante no alto, mas como o vento soprava forte e mesmo assim saímos do carro para apreciar a vista. Vale a pena. Esse vento nos seguiu por todo o caminho até depois da fronteira com Chile, segurando o carro, por isso temos que dar mais rotação no motor e aumenta sensivelmente o consumo de combustível e quando vem um caminhão no sentido contrário faz um deslocamento de ar que balança muito o carro. No dia de hoje, fizemos quatro vezes fronteira Chile/Argentina, percorrendo 566 km e fomos passar a noite em Rio Gallego.
No dia seguinte, percorremos 421 km até a cidade de Puerto Julián, famosa por ter sido a cidade de apoio na Guerra das Malvinas. Como ventava muito, preferimos dormir em uma pousada. Tentamos fazer alguns passeios, mas o tempo ruim não permitiu. Assim sendo, continuamos tocando pela Rute 3 até Puerto Deseado. No caminho, fizemos um desvio de 50 km de estrada de rípio até ao Parque dos Bosques Petrificados. Fantástica a visão das árvores petrificadas há mais de 150 milhões de anos. Ali tem um museu que mostra de uma forma cronológica a evolução dos tempos. Fizemos uma caminhada numa trilha de 2 km no meio do bosque petrificado.
Voltamos a Ruta 3 e tocamos por 485 km para Puerto Deseado. Aguardamos por dois dias o tempo melhorar para fazer o passeio pelo Rio Deseado. Infelizmente não ocorreu a melhora e tivemos que seguir. O termômetro marcava -3ºC, e quando passamos por Comodoro Rivadavia, subimos uma serra que levava a uma planície que estava completamente coberta de neve. As retas eram intermináveis e quando via algum veiculo no sentido contrário, dávamos e recebíamos sinais de luz, tentando uma confirmação para ver se os motoristas estavam concentrados na pista. Em certo momento a nossa frente ia um caminhão que constantemente saia da pista, foi que o motorista teve um bom senso e parou para descansar fora da pista. Vimos vários casos. Percorremos 697 km e fomos passar a noite na simpática cidade de Trelew. Depois, no dia seguinte, levantamos e fomos em direção a Rawson. No caminho vimos muita barricadas de pneus devido à greve dos empregados das empresas de pesca, solicitando melhores condições de trabalho e salário. A informação que tínhamos era de que em Puerto Madryn estava bem mais agressiva a greve, inclusive impossibilitando a passagem de veículos. Ficamos preocupados, pois íamos passar por lá.
Seguindo pela Ruta 3, desviamos e tomamos a direção de Puerto Pirâmide na Península Valdez, percorrendo 388 km. Este lugar fica dentro da Reserva Natural Protegido, e pela primeira vez tivemos vantagens em relação aos outros turistas europeus e americanos. Quem é do MERCOSUL tem desconto para entrar no parque. Andamos por 30 km e logo tem um museu com todas as explicações do parque.           Em cada ponto da península encontra-se várias espécies de animais marinho e outros protegidos da extinção. Vimos muitos lobos e elefantes marinho. Pinguins e baleias já se foram, retornam no final do ano para começarem um novo ciclo. Baleia Orca, somente nos meses de março a abril, quando os filhotes de lobos e elefantes marinhos estão indo para o mar. Ela vem justamente para se alimentar desses animais. Percorremos toda a península e vimos desde guanacos, tatu e muitos pássaros.
Dormimos no camping municipal e seguimos com destino a cidade de Viedma, entrada da patagônia, percorrendo 528 km. A parte central da cidade é margeada pelo Rio Negro que divide a cidade Viedma e Carmen dos Patagones. Viedma é uma cidade moderna, muito arborizada e se vê muitas pessoas se exercitando nas ruas. Soubemos que na época do império, no ano de 1827, o Brasil perdeu uma batalha para os Argentinos, chamada Batalha de Patagones. Os brasileiros entraram pelo Rio Negro em dois navios, contendo 600 homens e do alto da colina foram avistados e derrotados. Comemora-se o dia 07 de março com muito fervor. Mas esta guerra era coisa do passado, pois nesta cidade o povo é muito receptivo, demonstrando gostar muito dos brasileiros.
Dando sequencia ao trajeto pelo Ruta 3, dormimos em um hotel perto de Bahia Blanca, junto ao posto YPF, lugar limpo e bem organizado.
No dia seguinte rumamos também pela Ruta 3 até Cañuelas, depois pela Ruta 6, até Zárate, depois pela Ruta 12 até a cidade de Gualeguaychú, depois a Ruta Internacional 136 e logo no início antes de uma ponte há um camping de nome Puerta Del Sol, onde passamos a noite depois de 951 km.
No dia seguinte, passamos a fronteira para o Uruguai e como era feriado de 1 maio, fomos acampar no Balneário Lãs Cañas, no Camping Municipal, muito legal o local, tendo vários serviços, como mercado, restaurante, etc.
Continuando no Uruguai, seguimos o roteiro passando por Fray Bentos, Mercedes, Dolores, Nueva Palmira, Carmelo até a cidade Colônia do Sacramento, onde acampamos no Camping Municipal, em frente à avenida costaneira do Rio Del La Plata.
Colônia do Sacramento, mais conhecida como Colônia, foi fundada no ano de 1680, pelo português Dom Manuel Lobo e é considerada a cidade mais antiga do Uruguai.  Esta cidade foi alvo de disputa entre os espanhóis e portugueses na divisão de suas terras. Sendo que em 1750, foi firmado um acordo no qual estas terras ficaram com os espanhóis. Mas, os portugueses missionários jesuítas discordavam do acordo e ficaram ali até 1762, quando definitivamente foi ocupada pelos espanhóis. A cidade é muito charmosa, tendo suas construções preservadas e tornaram-se Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade.
De Sacramento seguimos o roteiro até a simpática capital Montevideo, onde pudemos circular a pé por suas avenidas centrais. Depois rumamos até o Balneário de Atlântida, muito agitada no verão, onde pernoitamos em um dos campings da cidade.
No dia seguinte, seguimos para Punta Del Leste e devido às chuvas e frio estava muito calma. Depois continuamos a nossa saga com destino a fortaleza do belo Parque Nacional de Santa Teresa, com seus belos jardins de verão e inverno. Vale a pena conhecer este lugar também. Tem muito lugar para acampar.
Chegamos ao nosso Brasil por Chuí, com muita alegria e emoção por depois de muito tempo pisar na nossa terra. É fácil saber que estamos no Brasil, pois as rodovias estão mal sinalizadas, o mato tomando conta do acostamento, muitos acidentes. Mas, enfim é a nossa terra, nosso povo simpático, falar a nossa língua, e ainda mais passar pela bela Reserva do Taim, sem falar na nossa comida.
Ao passarmos o limite para entrar no nosso estado de Santa e Bela Catarina, encontramos um casal muito simpático (Família Kumm), que tínhamos nos encontrado no ano anterior na FENAJEEP (a maior feira de off road do Brasil) na cidade de Brusque. Almoçamos juntos e eles iriam viajar pela América do Sul (hoje ano 2017 estão na América do Norte).
Passamos por Floripa, seguimos até a nossa querida Bombinhas. Quando estávamos em cima do morro, pudemos avistar Mariscal, praia longa e bonita, toda iluminada. A emoção foi muito grande, chegando em casa, amigos e familiares nos esperavam. A saudade era enorme, muita conversa, peixe frito, regada a muita cerveja, o papo entrou madrugada adentro.
A sensação que temos por ter realizado um grande sonho, principalmente por ter sido planejado, desejado, e longo, e termos vividos experiências maravilhosas, um aprendizado fantástico, é como se tivéssemos nascidos novamente, encerrando um grande ciclo, e que daqui para adiante, com essa força espiritual, recomeçaremos com muito mais entusiasmo, determinação e superando as situações adversas de nossas vidas.
Agradecemos ao nosso bom DEUS por nos ter dado a oportunidade de realizar este sonho. Agradecer também as pessoas que nos apoiaram nessa expedição, contribuindo para nosso aprendizado, nos enriquecendo com seus comentários, sugestões, rezando por nós e nos dando forças para a concretização do nosso Objetivo.
Essa expedição ocorreu no ano de 2004 a 2005, foram 11 meses de viagens por todos os países da américa do Sul.
Agora dia 30/01/2017 vamos realizar o nosso novo sonho. Ir até ao Alaska com o nosso Motor Home. O nome será Expedição Brasil até ao Alaska.
Abraço em todos que nos acompanharam.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

360 Graus América do Sul - Chile


Como comentei no post anterior, resolvemos fazer a fronteira da Bolívia para o Chile pelo Passo Tambo Queimado/Chungará. Pela primeira vez, antes de fazer a Aduana utilizei o restava de dinheiro para compra de combustível do nosso carro. Dali fomos a Aduana para fazer os trâmites de saída (exportação/importação do veiculo), e para nossa surpresa precisávamos pagar um pedágio de saída da Bolívia, referente ao ultimo tramo da estrada. E agora, sem dinheiro do país, somente dólar e ninguém aceitava fazer uma troca. E como sempre, temos pessoas de boa índole, e neste caso foi um motorista de caminhão que me deu o dinheiro para o pagamento do pedágio. Fiquei muito contente e feliz que dei em dólar até o valor a mais. Tudo resolvido, e agora tínhamos que percorrer uns 10 km até a Aduana Chilena. Mas com um visual impressionante, digno de cartão postal, circulando pelo Lago Chungará e as belas montanhas cobertas de neve.
Estávamos muito apreensivos de que o nosso carro iria ser revistado totalmente. Só de imaginar de tirar as coisas de dentro dava até arrepio. Fomos muito bem recebidos, não tínhamos pressa e explicamos toda a nossa expedição para os guardas e o pessoal da vigilância sanitária. Preenchemos primeiramente os documentos da vigilância sanitária, e como já sabíamos dos trâmites não tínhamos produtos não permitidos. Deram uma olhada por cima e mandaram fazer os trâmites da imigração. Depois seguimos para Aduana para fazer a Importação Temporária do nosso carro. E estranhamente não sabiam como fazer. Mostrei de todos os países em que passei as notas de Importação Temporária e Exportação. Dali de posse dos documentos o encarregado foi conversar com o Chefe, e depois veio com os documentos preenchidos e mais um documento com o carimbo que deveríamos entregar para os Carabineiros. Aguardamos na fila, pois estava fechado o Passo, a chegada dos Carabineiros que demoraram quase uma hora. Neste momento é bom para trocar uma ideia com os outros motoristas de caminhões que também estava aguardando. Preencheram os dados num livro e depois fomos liberados e seguimos o lago e as montanhas. O clima estava bastante frio.
Seguimos descendo um belo vale de montanhas, pedras e areias até chegarmos à cidade de Arica, no litoral chileno. Arica é uma cidade simpática e aconchegante. Nesta cidade há dois projetos do Engenheiro Eiffel, construtor da tão famosa torre de Paris. Os projetos da Aduana e hoje Casa da Cultura, e da igreja. Como característica a construção em ferro, pois não faltava nesta época. Como o Engenheiro estava com problemas na construção da torre de Paris, não veio para Arica para a construção e inauguração de sua obra em território chileno. E por isso teve um protesto silencioso em sua obra: um azulejo com desenho diferente da sequência. Em Arica, conhecemos o Valle de Zapa, região que produzem azeitonas. Soubemos ao visitar o museu que o Brasil importava em torno de 49% das azeitonas produzida no vale. Interessante e muito colorida foi à apresentação do carnaval dos Índios Aymarás.
Agora na Rodovia Pan-americana, é só a praia de um lado, o asfalto negro no meio e o deserto no lado e muitas vezes somente o asfalto e o deserto. Este trecho é muito cansativo, e também desgastante para o carro em função da temperatura. Muitos trafegam a noite por ter a temperatura mais amena. No Chile começa a ter muitos campings e organizados. Aqui voltamos a acampar. Visitamos Iquique, Antofogasta, Chañaral, La Serena, a linda praia de Baia Inglesa com suas aguas azul turquesa, Santiago. Abaixo de Santiago, começa mudar o relevo, pois voltamos a ter contato com o verde. Não tinha essa noção. Como faz falta, o verde das arvores, campos e como isso nos acalma. Em Manzarna, acampamos dentro de uma região com muitos araucárias, com rios de águas límpidas e gélidas. Próximo ao camping, seguimos uma trilha de 3,5 km até a Cascata Princesa. Quando estávamos descansando os nossos pés em suas aguas geladas, chegou uma camionete com uma família, com muitas crianças. Quando elas estavam brincando, uma pequena pedra se rompeu e caiu na cabeça de uma criança e fez um pequeno corte, e com isso frutou toda família que foi se embora. E nós voltamos a ficar neste lugar nos deliciando com toda a sua natureza. Voltamos novamente a pé até o camping e não pude resistir à cervejinha gelada que nos esperava. Como falei anteriormente, daqui em diante muda a vegetação, relevo, etc.
O dia começou com uma grande névoa, parecia uma garoa fina. Dava-nos a impressão, olhando os pinheiros araucárias um clima de inverno. Impressionante como a temperatura caiu de 37ºC para 11ºC em poucas horas. Tivemos que pegar roupas quentes na mala. Dali seguimos em direção ao Vulcão Lonquimay, situado a 2.890 (msnm). A estrada era de rípio, mas considero boa e seguimos cortando a Reserva Nacional Lago Gualletue e Reserva Nacional China Muerta até a cidadezinha de Icalma, onde tem diversos campings no lago do mesmo nome. Ficamos alguns dias neste camping. Fizemos muitas amizades com os chilenos acampados. Uma dessas famílias me convidaram para jogar futebol. E com muita gozação me colocaram no time das mulheres. Tinha até vozinha jogando no meu time. O jogo começou e fizeram rapidinho quatro gols. Observei o meu time e organizei a forma de jogar. Ganhamos de 11 X 4. Os homens da família perderam o jogo para suas mulheres e para o brasileiro. Foram dias muito divertidos e é lógico nem quiseram mais jogar futebol. À noite as luzes são acesas a partir das 09:00PM, dai todos fazem fogueiras nas churrasqueiras de chão, porque o frio chega junto com a noite, dando efeito muito bacana.
Despedimos-nos de todos e seguimos o nosso caminho até a Lago Conguillio. Neste percurso passamos por lugares incríveis. O primeiro foi à cascata de aguas azuis de nome Truful-truful, com seu rio sinuoso entre bosques e araucárias. Continuando na estrada, passamos uma ponte do mesmo nome do rio da cascata, há uma entrada a direita para o Lago Conguillio. Alguns km percorridos chegamos a Lagoa Verde situado no meio de restos de erupções vulcânicas. Neste lugar fizemos um lanche e seguimos a estrada estreita, sinuosa, esburacada pelo Parque Nacional Conguillio. A paisagem vai mudando aos poucos e ficando mais fechada. De repente, abre-se uma clareira com uma vista espetacular, mostrando a Laguna Arco-íris, com suas águas azuis e transparente. Descemos do carro, pegamos uma pequena trilha, onde pudemos apreciar a vista da lagoa, mostrando o seu fundo, contendo restos de arvores tombadas há algum tempo. Diante de tanta beleza, ficamos mais contemplativos e realmente nos trouxe uma certa paz. Neste lago, ficamos no camping Los Carpinteiros dividindo o sitio com outro casal de Santiago.  O camping estava completamente cheio. Também num lugar desse!
Continuando a nossa viagem, fomos para a cidade de Vila Rica, muito simpática e com uma bela vista para o lago. Depois fomos para a cidade de Pucón para subir o vulcão Vila Rica. Contratamos uma empresa de turismo para subirmos, pois temos que ter uma roupa especial e só sobe com guia. Foram 4 horas de caminhada, subindo em ziguezagues cominhos de neve e próximo ao vulcão com pedras. De vez em quando temos que nos agachar junto à montanha, pois há pedras que vem caindo montanha abaixo, na nossa direção. É muito cansativo, e na agência o brasileiro tem a fama de não conseguir subir, mas nós subimos. Acima, muito próximo à boca do vulcão, vê-se as lavas explodindo para cima, na tonalidade vermelha, com cheiro de enxofre, mostrando que a montanha continua viva e a qualquer momento pode ter forte erupção. Imagina nossa emoção em conseguir subir, realizando um sonho de muitos anos, a noite no camping foi de muita comemoração.
Passamos em Temuco, onde compramos peixe no mercado municipal e circulamos alguns dias pela cidade. Depois, seguimos a Lican Ray e pernoitamos num camping diferente e espetacular. Era o Camping Floresta, único com banheiro privativo e duchas e torneiras de agua quente, no seu sítio. Era muito legal. Esta região tem muitos lagos e circulamos muito por ela e acampamos sempre em volta do lago.
Aqui vamos abrir um pequeno espaço, pois vamos entrar na Argentina e seguir para Bariloche para encontrar com os amigos que vieram do Brasil, Álvaro, Izolete, Sueli e Lalinho. Depois iremos para Puerto Montt no Chile para fazer um passeio de navio pela Laguna San Rafael de 5 dias. A Villa Angustura e Bariloche com o Lago Nahuel Hualpi são muito lindas e aconchegante.
Embarcamos no navio, e foram dias de chuvas cruzando a Laguna San Rafael até chegarmos ao Vetisqueiro. Ali descem os botes para chegar mais perto da geleira. A empresa do navio leva os Whisky para ser bebidos com o gelo da geleira. Com chuva, fica ainda mais emocionante e muito frio. O Whisky desce muito bem.
O navio retornou a Puerto Montt e pegamos os carros e seguimos para com destino Frutillar, mas no caminho passamos a noite no Lago Llanquihue e depois fomos visitar o Vulcão Osorno. O lugar é muito legal, com restaurantes e teleférico com vista para o lago. Este lugar é muito visitado pelos brasileiros. A cidade de Frutillar foi colonizada pelos alemães no começo do século passado, tudo isso mostrado no museu as dificuldades que tiveram para colonizar a região. Muito interessante também o passeio.
Pegamos o transbordador em Hornopirén para a Caleta Gonzalo e seguimos pela Carreteira Austral, Nr. 7 no Chile. Dormimos na cidade de Chaiten, depois rumamos para Puyuhuapi, acampando no Camping Ventisqueiro no Parque Nacional Queulat.
Seguindo o nosso trajeto fomos para Coihaique, onde o termômetro marcava a temperatura de -3ºC. Lugar muito tranquilo e a saída da cidade nos proporciona uma vista das montanhas cobertas de gelo. Continuamos na Carreteira Austral, com muito rípio, mais a paisagem continua linda. Pegamos um transbordador para atravessar um rio, sem custo e seguimos para a cidade de Cochrane. Mais adiante pegamos outro transbordador de Puerto Yungay para Puerto Bravo e mais 100km chega-se a Vila O’Higgins, cidade de 400 habitantes, contendo um aeroporto e é nosso destino. Este é o último ponto da Carreteira Austral. No camping, fomos convidados para um jantar e comer uma iguaria. Carne de cavalo. O pessoal é muito simples, e estavam fazendo um prato muito especial. Como dizer NÃO. Bem, chega-se a noite, tudo impecável, e começa a servir o jantar. Foi muito cômico. Depois do jantar, começam a mostrar o álbum de família, e algumas fotos dos animais inclusive os cavalos. Fiquei pensando qual deles estávamos comendo. Ao chegarmos à barraca podemos dar boas risadas com as cenas. O PESSOAL É SIMPLES E DE UM CORAÇÃO ENORME, COM BELA RECEPÇAO POR SERMOS BRASILEIROS.
Outra cidade que não pode deixar de passar é Caleta Tortel, não tem carros circulando, ou melhor, não tem ruas, os carros ficam num grande estacionamento no alto da montanha e desce escadas de madeira para o Oceano Pacifico e toda a circulação de pedestre é feita em cima de deck.
No dia seguinte, retornamos para Cochrane, Vila Chacabuco para passar pelo Passo Roballos até a Ruta 40 na Argentina.
Bem isso conto no próximo Post.
Antofogasta



Antofogasta


Arica


Arica



Arica



Arica


Carreteira Austral


Carreteira Austral



Carreteira Austral



Carreteira Austral



Carreteira Austral


Bahia Inglesa

Tortel

Cochamó

Carreteira Panamericana - Deserto Atacama


Futaleufú

Iquique

Laguna San Rafael

Laguna Arco Iris


Lago Conguillio

Camping Laguna Icalma

Lican Ray

Mão do Deserto

Parque Nacional Queulat


Parque Nacional Queulat



Parque Nacional Queulat


Passo Roballo

Petrohué

Puerto Fuy

Puerto Willians


Puerto Willians


Punta Arenas

Zorro - Raposa

Valle del Zappa

Salto Princesa

Truful - Truful

Villa O' Higgins

Vulcão Llaima

Vulcão Lonquimay

Vulcão Osorno

Vulcão Osorno

Vulcão Villa Rica


Vulcão Villa Rica



Vulcão Villa Rica

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

360 Graus América do Sul - Bolívia


Ao entrarmos na Bolívia, tomamos o rumo da cidade de Copacabana. A vista é muito bonita, mas não tem nada a ver com a cidade maravilhosa. Mas, de volta ao roteiro, depois que cruzamos a cidade de Llave, encontramos no caminho várias pedras fechando a rodovia. Passamos com cuidado, e mais a frente encontramos mais pedras fechando a rodovia e agora com várias pessoas impedindo que fossem retiradas as pedras. Saí do carro e fui conversar com as pessoas para saber o que estava acontecendo. Informaram que era um “Paro”, ou melhor, greve dos pecuaristas, que estavam bloqueando a rodovia. Ficamos algum tempo parados esperando para ver o que acontecia. Foi chegando carros e todos tentaram argumentar para passar o bloqueio. Não houve jeito! Conversa com um e outro, descobrimos uma saída, passando por plantações e no meio do campo, cheio de valas e buracos. Saímos num comboio de cinco carros tentando a travessia. Depois de muito sufoco para achar uma saída voltamos para a rodovia à frente do bloqueio. Andamos mais alguns quilômetros e novamente outra turma colocaram mais pedras na rodovia. Parece sina, pois quando fomos sair do Equador, havia greve do pessoal da Aduana em Huaquillas impedindo a saída do país, fechando a ponte. Voltando a Bolívia, depois de certo tempo e de muita conversa, fizemos uma “vaquinha” de dois soles por carro e liberaram a rodovia. Dali em diante foi tranquilo.
Depois de instalados no Hotel Utama (que em Aymará quer dizer “Tua casa”), no alto do morro, fomos comprar um mapa turístico e dali fomos percorrer o extremo norte do lago até Yampupata. A estrada não é pavimentada, muito esburacada e com muitas pedras pontiagudas de vários tamanhos. Neste trecho muitos turistas vão a pé, por umas quatro horas de caminhada e de lá pegam o barco para fazer o passeio até a ilha do sol. O visual é fantástico, pois o lago tem a coloração azul, contrastando com o verde das plantações e das montanhas. Ao longo do caminho, passamos por várias pequenas comunidades, recebendo o cumprimento e sorrisos de seus moradores. Ida e volta, com algumas paradas para observar o visual, e também para fazer o pic nic, levamos em torno de seis horas percorrendo 39 km.
No dia seguinte, nós fomos fazer o passeio pela ilha do sol. O barco nos até a parte sul da ilha e de lá temos que atravessar a ilha de sul para o norte, em torno de 9 km, a pé, com tempo de 4 horas. Caso não chegássemos até as 04:00 PM, o barco zarparia e aí teríamos que pernoitar. Pensando simplesmente em 9 km, sobra tempo para fazer. Agora, o Lago Titicaca, situa-se a 3.920 sobre o nível do mar, e a Ilha do Sol, logicamente está acima disso. Então, caminhar em uma altitude acima de 4.000 mil metros, subindo e descendo ladeira, é muito difícil. Falta ar nos pulmões. Bem, não adianta só falar das dificuldades, pois elas são pequenas diante das recompensas pelos desafios superados. O visual é imperdível. Muitos turistas fazem os passeios pela parte sul da ilha e depois vão conhecer a Ilha da Lua. Mas o quente é a Ilha do Sol. Além do visual proporcionado nas caminhas, encontram-se sítios arqueológicos e ainda possui a Rocha Sagrada, considerada uma das mais importantes da civilização Inca. Segundo dizem as lendas, foi neste lugar que apareceram os primeiros Incas, Mambo Capac e Mama Ocllo, filhos do sol e fundadores do Império Inca. Levamos o tempo de 03h40min. Foi muito legal.
Saímos rumo a La Paz e do alto da montanha tem-se uma bela vista da cidade de Tiquina. Ali se pega uma balsa para fazer a travessia do lago e ali tem que se negociar bastante. Há muitos balseiros e cada um com preço diferente e cobram de acordo com a cara do freguês. Chegando a La Paz a primeira cidade é El Alto onde fica o aeroporto da capital. Dizem que neste aeroporto o avião não desce, estaciona, pois fica a mais de 4.100 metros de altitude. Muitos passageiros passam mal em função da altitude. O trânsito é muito confuso e temos que descer uma serra para chegar a capital, a sensação é que estávamos descendo uma cratera de vulcão, pois La Paz fica dentro de um grande buraco.
Próximo a Igreja de São Francisco, ficamos em Hostal limpo com grande estacionamento. Neste local, fica também o famoso Mercado das Bruxas. Neste mercado encontra-se desde sapo seco, até feto de llama secas também. Dizem que o sapo seco é para trazer grana e o feto de llama é para trazer sorte para o lar. O pessoal acredita nisso. O cheiro não é dos melhores, mas tem muita coisa interessante no mercado.
Resolvemos fazer um passeio de subir a montanha, onde tem a pista de esqui mais alta do mundo, 5.300 metros de altitude a 35 km de La Paz. A estrada vai serpenteando, beirando a precipícios e de repente começa a nevar e começa a mudar completamente a coloração da montanha, passando de uma tonalidade marrom, devido a grande quantidade de rochas para o branco da neve. Muito lindo! Neste momento, tracionei o carro para dar mais estabilidade e segurança. O tempo começou a ficar tenso na montanha e resolvemos descer com muito cuidado.
A vida continua e rumamos com destino a Oruro, Sucre e Potosí. Mas para sair de La Paz rumo à cidade de El Alto, passamos por um dos maiores perrengues da nossa expedição. Ali corremos risco de vida. Toda a região estava em greve, com pedras na estrada, fogo em pneus e muito índio bêbado. Fizemos várias tentativas para sair de La Paz. Na ultima, após a TV informar que terminou as greves, resolvemos sair no dia seguinte para ter um tempo a mais para os ânimos se acalmarem. Subimos até El alto novamente, pagamos o pedágio e seguimos desviando das pedras. Lá pelas tantas, vimos uma grande multidão fechando a rodovia. Paramos no acostamento e do nosso lado uma van com passageiros. Conversei com eles e me indicaram um caminho para o desvio da manifestação. Segui o caminho e num determinado momento, ficamos em dúvida qual trajeto tomar. No outro lado da rua, tinha uns manifestantes comendo, quando começaram a juntar pedras para jogar no nosso carro. Por um instante pensei que estaria tudo acabado. Mas para a nossa sorte a van parou no nosso lado e eles começaram a baixar a mão. Novamente indicaram o caminho, pois era muito confuso, tinha que passar pelo meio de uma cidadezinha, depois pelo campo. Mais adiante, tinha uma índia Aymará, fizemos uma pergunta que ela entendeu, mas respondeu no idioma próprio e lógico que não entendemos nada. Por sorte, indicou a direção com a mão. Todo esse trajeto, muitos outros turistas começaram a nos seguir. Por fim, adiante vimos à pista e tivemos que subir um barranco e dali tudo seguiu tranquilo. Depois de um bom tempo viajando, muito longe, onde a estrada corta um morro, vi um homem pastorando Llama. Ele levantou e vi o gesto dele de juntar algo que para mim pareceu uma pedra. Comecei a diminuir a velocidade, quase parando, quando ele baixou a mão e aí acelerei e a calma e tranquilidade voltou. Chegamos a Oruro, famosa pelo seu carnaval, sendo o maior da Bolívia, nos hospedamos no Hostal Hidalgo e fomos comemorar a nossa travessia com um belo jantar de cordeiro e regado a vinho.
Circulamos por Potosí num sobre e desce eterno. A cidade é muito bonita e guarda a arquitetura deixada pelos espanhóis e também tem bons museus para serem visitados. Tem muita mina em atividade para ser visitada. Depois seguimos também não menos bela a cidade de Sucre, também rica em arquitetura espanhola.
Tocando a nossa viagem dentro da programação, rumamos em direção à cidade de Uyuni onde tem um gigantesco salar. Percorremos em torno de 220 km de estrada chão, com muito pó, mas com belas vistas das montanhas. Da montanha tem-se uma linda visão da cidade de Uyuni no meio de um grande deserto.
Procuramos uma agencia de turismo para fazer um passeio de um dia pelo salar. Optamos por agencia devido o salar estar em sua grande parte coberto por agua, e como sabem, agua salgada. Isso destrói o carro e ainda se a agua respingar no radiador do carro e com o calor ela seca e impede a passagem do ar e o carro pode ter superaquecimento e fundir o motor.
O passeio é fantástico, no meio chega-se ao hotel de sal, onde cama, mesa, paredes é tudo em pedra de sal. Nesta região a extração do sal é só cavar. Quanto ao almoço foi na Ilha do Pescado, sendo a carne de llama o prato principal. O Salar de Uyuni é um mar de sal, e no meio tem a já mencionada Ilha do Pescado, situada a 3.653 metros de altura, com seus cactos gigantes com mais de 12 metros de altura e segunda as placas alguns com mais de 120 anos. Na volta pegamos uma trovoada a qual deu um belo espetáculo, inclusive com arco-íris.
Voltamos ao nosso roteiro, e tudo pronto para passarmos pela laguna colorada, mas ao sair da cidade vimos uma grande fila, pois estão construindo as pontes e a travessia é somente botando o carro no rio. A correnteza estava muito grande e conversando com as pessoas, muitas delas esperando a mais de cinco dias para atravessar. Tinha uma camionete carregada de mantimentos para levar para os mineiros e também aguardava o rio baixar. Vimos que não iríamos conseguir neste dia e voltamos para mais um dia na cidade de Uyuni.
No dia seguinte, voltamos para fila e fui lá à frente conversar para ver os ânimos do pessoal e se iria dar para atravessar o rio. O cidadão da camionete já não aguantava mais, pois os mantimentos corriam o risco de se perder. Resolveu atravessar. Soltou o cabo do guincho, e outra pessoa levou por cima da ponte, pois permitia passar pedestre precariamente. No outro lado, fixou e começou a travessia. A plateia de curiosos era muito grande! A cena foi inacreditavelmente espetacular! O carro foi levado pela correnteza e a sorte era o cabo de aço segurar o carro pela frente. A água batia na lateral e entrava no carro. Um caminhão 6x6 foi atravessar para retirar a camionete que estava presa no banco de areia. Quando o caminhão entrou, a agua bateu no para-brisa, e aí vi que não tinha jeito para nós atravessar. O caminhão retirou a van e não maiores problemas, só os mantimentos perdidos. Olhei para as montanhas e continuava a chover, não tinha outra saída e sim mudar os planos. Resolvemos voltar para Sucre e Potosí e rumar para entrar no Chile pelo Passo Tambo Queimado/ Chungará. Maravilha de passo! Rumamos para Arica num total de 1.213 km percorrido desde o Salar de Uyuni.
No próximo post comentarei sobre o Chile.
Chacaltaya


Chacaltaya

Lago Titicaca


Lago Titicaca



Lago Titicaca



Lago Titicaca



Lago Titicaca


Copacabana

Ilha do Sol


Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol


Vista Copacabana

La Paz


La Paz



La Paz



La Paz



La Paz



La Paz



La Paz


Mercado das Bruxas - La Paz

Passo Tambo Queimado para o Chile


Passo Tambo Queimado para o Chile



Passo Tambo Queimado para o Chile



Passo Tambo Queimado para o Chile


Vista rod,. La Paz Potosi

Vista Rod. Potosi a Sucre

Rod. Potosí a Uyuni


Rod. Potosí a Uyuni



Rod. Potosí a Uyuni





Rod. Potosí a Uyuni



Mina Abandonada na rod. Potosí a Uyuni



Rod. Potosí a Uyuni


Sucre


Sucre



Sucre



Sucre



Sucre


Vista de Tiquina


Vista de Tiquina



Vista de Tiquina


Trem abandonado  a caminho de Uyuni

Salar de Uyuni


Salar de Uyuni


Hotel de Sal

Salar de Uyuni

Oferenda a Pachamama na Ilha del Pescado Uyuni

Oferenda a Pachamama na Ilha del Pescado Uyuni

Cordones gigantes na Ilha do Pescado - Salar de Uyuni

Cordones gigantes na Ilha do Pescado - Salar de Uyuni

Companheiros da visita ao Salar de Uyuni

Céu e Salar de Uyuni alagado

Salar de Uyuni alagado

Parada para esfriar o Motor no Salar

Vista da cidade de UIyuni